O que é Dieta Low Carb e Dieta Cetogênica?
Dieta low carb é uma estratégia nutricional em que o indivíduo irá consumir uma quantidade menor de carboidratos (uma média de 150g para baixo) – não é uma dieta isenta deste macronutriente! Já na Dieta Cetogênica, a pessoa irá consumir uma quantidade bastante reduzida de carboidratos (50g para menos), forçando o organismo a sobreviver de outros substratos energéticos, como a gordura. Estas dietas são comumente utilizadas para emagrecimento, diabetes e Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) com resistência à insulina.
“Carbofobia”
O medo crescente em consumir alimentos fontes de carboidrato (arroz, batata, mandioca, farinha de trigo, aveia, pães, massas e todas as outras delícias da carbolândia) é assustador, principalmente com o poder que as redes sociais têm de espalhar informações muitas vezes equivocadas sobre saúde e nutrição, por pessoas não capacitadas e até mesmo por profissionais da saúde que perderam a sanidade mental em algum momento da vida.
Se formos pensar no emagrecimento, existe a clássica frase “carboidrato engorda”. Esta afirmação não faz sentido algum, uma vez que o que determina o ganho de peso é o balanço energético positivo, ou seja, quando a pessoa ingere mais “calorias” do que gasta; e este excedente calórico diário pode sofrer influência de qualquer coisa que comemos no dia, seja ela fonte de carboidrato, gordura ou proteína. Inclusive, tirar fontes de carboidratos da dieta e aumentar as fontes de gordura é um grande tiro no pé, uma vez que a gordura fornece mais que o dobro de calorias por grama do que os carbos.
Afinal, é possível adotar as dietas low carb e cetogênica como estilo de vida?
A redução ou exclusão dos carboidratos faz com que o indivíduo acabe consumindo de maneira desproporcional o que resta, que são os grupos fontes de gorduras e proteínas.
O grande problema é que a tendência é aumentar a ingestão de fontes de gordura e proteína de origem animal, e não vegetal. A dieta da pessoa se torna literalmente a festa do bacon, ovos, queijos e carne bovina. Estes alimentos e produtos alimentícios são ricos em gorduras saturadas – sim, aquelas que em grande quantidade aumentam o risco de doenças do coração – e pobres em fibras, vitaminas e minerais. Em poucos dias, a pessoa que segue este padrão alimentar já notará que seu intestino está mais preguiçoso, que as fezes tomaram um formato esférico e endurecido (alô, hemorroidas), que está cada dia mais difícil manter o carisma no trabalho e em casa e a vontade de comer doce só aumenta. Agora me responda: qual é a chance de uma pessoa ter qualidade de vida estando enfezada e sem o pãozinho nosso de cada dia?
Não estou dizendo que nunca aplico essas estratégias no consultório; é totalmente possível calcular uma dieta low carb que inclua arroz, massas e açúcar, tudo questão de ajuste. O reino vegetal está cheio de opções ricas em gorduras boas e proteína de alto valor biológico, não precisa se entupir de bicho, não. Mas, como já disse, são estratégias – pontuais e com data para começar e terminar. A literatura científica já demonstra há muitos anos que não há superioridade da dieta low carb em relação às dietas de restrição calórica para o emagrecimento. Portanto, não sofra sem necessidade! Dá para ter resultado sem abrir mão do que você gosta de comer 🙂
Para saber mais
Clique aqui para ver um carrossel super didático que fiz sobre quando a dieta low carb pode se tornar uma cilada(!!!). Tenho certeza que depois disso você vai comer seu arroz e feijão em paz.
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